ITÁLIA 1 x 1 PARAGUAI

Dia 4 - Quando penso na Itália em Copa do Mundo, lembro do Zenga. Goleiraço do início da década de 90, foi meu titular durante anos no gol do Jira-Jira, selecionado de botão mais temido do Jardim Botânico naqueles tempos.

Quem fabricou o Zenga pra mim foi o João. Usou uma caixa de fósforos um pouco maior do que o padrão Fiat Lux, fita adesiva azul-viagra, um escudo da Itália recortado da figurinha do álbum da Copa de 90 e uma placa de chumbo, sabe-se lá adquirida onde.

Ninguém passava pelo Zenga, o que me dava segurança pra jogar com quatro apoiadores no meio-campo.

Pena. A Itália não é mais a mesma.

Todos os times do mundo devem e precisam jogar pra frente, de preferência, com 3 atacantes, buscando o gol a todo momento. Todos, menos 2: Alemanha e Itália. Se fizerem isso, descaracterizam suas escolas, como o Dunga está fazendo, só que às avessas.

A atual campeã do mundo partiu loucamente em busca da pizza que devia estar assando dentro do gol paraguaio. Parecia um bando de hiperativos com formiga no rabo correndo sem direção ou intimidade com as beiradas do campo.

Provavelmente a dupla de pontas precisou de GPS pra se achar quando chegaram próximos às bandeirinhas de escanteio, já que jamais um italiano explorou a região.

Nessa corrida maluca, o Paraguai (que é a Itália mais pobre e com camisa cafona) sequer sentiu-se pressionado, creio, já que a Azurra poderia ter praticado o "ataque das corujas" durante toda a semana, que não representaria perigo à meta cucaracha.

No fim das contas, o jogo foi emocionante, porque tava um bumba meu boi digno de Parintins (ainda bem que a Fafá de Belém não cantou o hino da Itália, afinal, ela é Garantido e não Caprichoso), mas essa Itália paraguaia aí, amigo, não vai a lugar nenhum.

No bolão: Itália 2 x 1 Paraguai. É. Azedou mesmo.