segunda-feira, 12 de julho de 2010

UM DIA DE FÚRIA

Fiquei tão ansioso pra escrever o derradeiro post desse blog que, reparem, acordei às 4h30 da manhã para não deixar órfãos de padre e madre meus 7 leitores.

Aqui no Rio de Janeiro temos exatos dezenove graus e céu parcialmente nublado. Isso é o que diz o polvo, substituto de Rosana Jatobá no Jornal Nacional, pq ainda não são seis horas e não é possível distinguir as nuvens no escuro.

Depois desse epílogo digno de Bial em dia de eliminação no BBB, vamos à grande final,que resgatou a essência do esporte mais popular do mundo.

A comunidade imbecilesca futebolística é assim: quando um time vence, aquele esquema, a forma de jogar, viram verdades absolutas do futebol, como se não fosse possível vencer de outra forma, pelo menos até a próxima Copa, quando é eleito um novo "modelo".

Já falei sobre isso aqui, mas quando a encantadora Seleção de 82 perdeu e o medíocre timeco de 94 venceu, criou-se, no Brasil, uma cultura retranqueira e parreirista onde jogar com os chamados volantes pernas de pau, que só sabem destruir (Felipes, Gilbertos, Josués, Klebersons,...) era necessário para um time tornar-se competitivo.

O que me deixava mais aflito era ver amigos, que entendem de futebol (ou não), defendendo a escalação de um ou dois jogador(es) exclusivamente de marcação no meio-campo de Seleção Brasileira.

Com a vitória da Itália em 2006, essa tendência ficou ainda mais latente (ou patente, como diria nosso presidente Ricardo Teixeira).

Pro bem do futebol, não venceu a Holanda de Van Bommel, o Brasil de Felipe Melo, a Itália de De Rossi. Venceu a Espanha de Xabi Alonso, Busquets, Xavi, Iniesta e Pedro, no caso, eu; um meio-campo que dá gosto e inveja.

Cinco jogadores criativos. Todos marcam mais que o Felipe Melo, até pq, isso é fácil. Todos jogam mais que o Felipe Melo, até pq, isso é muito fácil. O difícil, é botar na cabeça dos tacanhas que não pode existir jogador de futebol que não saiba jogar futebol. Pra esses, restam as posições de goleiro e, no máximo, zagueiro.

Meio-campo é lugar de craque, o que não falta no Brasil. Sendo conservador, quase um palmito em conserva, imaginem um meio com Ramires, Hernanes, Elano e Kaká. Ai, que delícia. E olha que tô dando uma colher de chá pros mocorongos e escalando três volantes, hein?! Mas esses, jogam, e como. Melhor ainda seria ver Ronaldinho e Ganso nesse meio, mas vou ficar na minha pq tenho medo de ser espancado em praça pública.

A recepção dos argentinos mostra como uma seleção que joga pra frente encanta. Mesmo tomando de quatro por um capricho do destino, os pupilos de Don Diego eram aguardados no aeroporto por milhares de cabeludos orgulhosos de seus craques. E olha que eles não ganham nada há 24 anos.

O Brasil foi recepcionado por dezenove torcedores hipertensos que foram até lá só pra manda o Felipe Melo tomar pro inferno, mas acho que nem isso ele merecia.

Vejo nessa Espanha uma chance pro futebol. Acho que sepultou-se o conceito de volante Felipe Melo. Mas, não me iludo. Já achei muita coisa nessa vida. Já achei que era bonito, achei que aos 28 anos estaria rico, achei que o Vasco seria campeão do mundo, achei cinquenta pratas na rua, achei a Vanessa Damata desafinada, enfim...

Aliás, a apresentação da logo da Copa 2014 foi bem típica. A-do-le-ta, digo, A-do-rei!

Começamos com o Zé Carioca dançando ao lado de uma cover da Carmen Miranda. Depois, tivemos uma apresentação da Daniela Mercury com o Boi Bumbá. Fafá de Belém chegou junto. Niemeyer apareceu na cadeira de rodas acenando pra platéia ao lado do Mago Paulo Coelho. Por fim, mulatas entraram sambando com espetos de alcatra mal-passada.

Que vergonha... Mas vamo que vamo, afinal de contas, o Brasil é logo ali.

Se você é um dos meus 7 leitores, desça agora dessa ponte, menino! O VUVUZELA na JANELA não vai acabar! Semanalmente, postaremos (na terceira pessoa, tipo o Pelé) delírios sobre o futebol e a vida, afinal, se nada der certo vou morar na fazenda e aposentar-me como filósofo, conforme o Jogo da Vida me aconselhou depois que tive uma filha e fui obrigado a botar um pino rosa no meu carrinho.

O nome do blog também não vai mudar. A vuvuzela é minha e faço com ela o que bem entender.

Falando sério: obrigado de coração aos amigos, inimigos e não-fede-nem-cheiras que acompanharam o VUVUZELA nesta Copa. Escrever aqui fez minhas férias mais felizes.

Um amigo que assistiu à Copa de cima, foi o primeiro que, há muitos anos atrás, me disse com voz fanha: pq vc não cria um blog pra falar essas merdas?! Aí ninguém vai poder discordar de você.

Nunca esqueci o conselho, principalmente pq, vindo de quem veio, merecia crédito. Está colocado em prática. Espero que a internet por lá seja banda larga.

Um grande beijo em todos.

Larissa Riquelme, não fique com ciúmes. Depois conversamos, amor.

5 comentários:

  1. Perfeito Pedrão....o futebol agradece o título da Espanha, afinal não seria justo coroar um time violento igual ao da Holanda, que da voadora no peito do adversário como fez o De Jong no Xabi Alonso.

    Abraço

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  2. Valeu Pedrão! Parabéns pelo Blog! Estarei acompanhando.

    Abraço!

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  3. Parabéns, Pedro!!
    Ótimo blog!!

    Estarei acompanhando!!

    Abraços,

    Felipe Unis

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  4. Eu sei que sou a mais suspeita das criaturas, mas você é muuuuito talentoso, muuuuuito inteligente e muuuuito criativo.
    O orgulho que sinto de vc sai por todos os poros, o coração acelera e os olhos cintilam! Obrigada...rejuveneço a cada contentamento.
    E o mais incrível! Estou começando a gostar de futebol, hahaha...

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